Ano de 2009 tive
oportunidade de vir lecionar na E. M. Leonor Mendes de Barros, na ocasião só
existia ela e por esse motivo todos os alunos ocupavam o mesmo espaço físico.
Nesse ano tive
contato com os alunos do Atendimento Especial Especializado (A. E. E.), onde
atendiam crianças com deficiências auditivas e visuais no contraturno de suas
escolas respectivas; com eles nasceu a curiosidade de como comunicar-se de
forma adequada com eles e como leitura é algo que me fascina, me deparei com a
indagação: “como eles lêem”?
No anseio de
descobrir a resposta a essa única questão me envolvi em muitos outros
questionamentos e deles não pude me livrar até que quando notei já havia uma
comoção generalizada; pois não era apenas eu, mas meus alunos estavam curiosos
e suas curiosidades iam além dos portões da escola.
Conversei com os
professores do A. E. E. e eles prontamente se dispuseram a nos ajudar a
entender melhor o processo educacional da clientela dos mesmos. Com isso, uma
vez na semana, as crianças aprendiam sobre algo auditivo (músicas em LIBRAS;
trechos de história; entre outros) ou alguma coisa visual (história que
tivessem no Sistema Braille) ou ainda uma atividade que envolvia a necessidade
têxtil.
Sendo assim, a
professora Adriana Fátima Moreira cuidava do grupo de Deficientes Auditivos e
por esse motivo, ela nos auxiliava quanto à tradução de atividades para LIBRAS
(traduzimos pequenos textos e os cumprimentos primordiais para o bom
relacionamento).
Já o professor Fábio
Carreira, tinha baixa visão e trabalhava com os deficientes visuais. Fábio
devolveu o sorriso de muitos alunos, porque preparou uma aula onde os pequenos
teriam chance de saber quem foi Louis Braille entre outras ações que não eram
difíceis, mas sim trabalhosas.
Nessa época, meus
alunos conheceram as crianças do A. E. E. e nós pudemos manter conversação em
diversas ocasiões, sob a minha orientação ou dos profissionais da área.
Nesse ano destaco a
aula de História e Língua Portuguesa, onde o professor supracitado levou a
história de Louis Braille e algumas palavras em Braille para que eles tivessem
chance de executar o que haviam aprendido; também, receberam folhas para
realização do contrário (estavam palavras em português e eles deveriam colocar
em Braille).
Fizemos tantas coisas
que quis extrapolar a leitura e a escrita; por esse motivo, no outro ano (2010)
escrevi o projeto e busquei enfatizar a leitura como um momento de prazer e
aprendizado, foi muito importante no crescimento de todos nós.
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